"Olhares, não passa de simples
olhares. Profundos, distantes, displicentes, indecentes. Há os azuis, verdes e castanhos.
O que eles querem dizer? Estão por toda parte. Estão no momento de espera, no
trajeto para a diversão ou para a responsabilidade. Ah, mas os olhares sempre
serão uma incógnita para mim! Mas no momento eles dizem o que quero enxergar, o
que necessito sentir. Às vezes é necessário mascarar a verdade. Às vezes há a
verdade, mas para mim é mentira.
Já sei que jamais verei aqueles
olhos de novo. Acabou! Foi árduo vê-lo partir, ainda mais de perfil. Seria muita
inconveniência da minha parte se eu me virasse. Então deixei que o perfume
fosse a última coisa que eu sentiria daquele momento. As portas se abriram,
automaticamente. Só foi necessário dois passos para que aquela alegria de 20
minutos acabasse ali. Mas minutos atrás, eu me senti o último homem da face
da Terra. Me senti desejado por olhos tímidos, que receavam me olhar por medo
dos outros olhos incriminadores. Não há nada de errado em apreciarmos alguém,
há? E mesmo que ele não soubesse, eu também estava em êxtase. Eu sabia que duraria pouco, mas nesse pequeno espaço de tempo eu me senti feliz. E mais do que
feliz, notado.
Apesar dos encontros e
desencontros desses olhares vespertinos, houveram muitas mudanças em minha vida
e elas têm me beneficiado. A última palavra utilizada para me definir foi:
intrigante. Será que sempre fui ou adquiri? Não sei ao certo,
apenas que as coisas agora estão caminhando bem. No entanto, ainda há grandes
responsabilidades que pairam sobre mim.
Tudo que eu queria era esquecer o
longínquo e me ater ao ínterim. Gostaria de voltar ao tempo só para ter aqueles
olhos sobre o meu. Só mais uma vez!"
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