domingo, 28 de outubro de 2012

Além de Mim



"A primeira vez que fui verdadeiramente amado, eu não amei. Quando recebi um abraço sincero, não senti aquele calor típico. Quando fui beijado com intensidade, eu estava vazio. E neste quadro no qual eu me encontrava, em um momento de ausência do outro ser que possivelmente me completaria, observei duas pessoas que se amavam. Eu consegui sentir, do local em que eu estava, a essência daquela paixão. Tive inveja, desespero, indagações. Inveja porque eu almejava algo parecido, desespero porque o tempo passava e indagações porque nunca me senti merecedor do amor.

Naquela noite interrompi mais um sonho, mas um sonho que não era meu. Não poderia entrar por aquela porta que agora se abria diante de mim. Seria injusto! E a fechei, sem hesitar. E só não senti tristeza por fazer alguém chorar, porque entre o meu bem estar e as conjecturas do outro, sempre fiquei com a primeira opção. Agora o que restou foi o que sempre resta dessas situações. A distância. Os interesses de outrora se foram, as mãos entrelaçadas se desfizeram e por fim os olhos nos olhos encontram-se em um quarto escuro. Afinal, o que foi tudo isso? Amor? Acho que não!"

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